O sonho de todo proprietário que deseja se desfazer de um imóvel é
conseguir um bom preço. Muitas pessoas chegam a investir em reformas
para deixar a residência mais atraente para potenciais compradores. Só
que não há nenhuma garantia de que o dinheiro investido vai retornar
para os bolsos do vendedor.
Atitude que especialistas do setor imobiliário consideram um erro
financeiro. “Uma proprietária uma vez gastou uma fortuna com paisagista.
O jardim ficou maravilhoso”, conta Roseli Hernandes, diretora da Lello
Imóveis, uma das maiores imobiliárias de São Paulo. O problema é que o
novo proprietário literalmente arrasou com o jardim recém-construído
para a construção de mais uma garagem.
A opinião de quem entende é unânime: grandes reformas, principalmente
estruturais, feitas com a intenção de valorizar um imóvel são uma
péssima ideia. Luiz Paulo Pompeia, diretor de estudos de mercado da
Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), crê que oferecer
um imóvel bem conservado é de extrema importância para garantir uma boa
velocidade de venda e preço coerente com o mercado. Contudo, ele alerta
que qualquer coisa que vá além da pintura e atualização de pisos ou
azulejos não justifica o custo e o esforço envolvido numa grande
reforma. “Quem vende deve deixar a reforma para quem compra”, sugere.
Pompeia considera que, mesmo melhorias feitas na parte hidráulica e
elétrica do imóvel, precisam ser bem-avaliadas . “Essas reformas devem
ser feitas apenas se estiverem em péssimas condições. Do contrário, o
que precisar ser mexido deve ficar à cargo de quem for entrar na
propriedade."
Luiz Fernando Gambi, diretor de comercialização do SECOVI-SP (Sindicato
das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis
Residenciais e Comerciais de São Paulo), também é partidário da ideia do
“menos é mais”. Ele lembra de um apartamento de 4 quartos, “imóvel
caro, metragem alta”, transformado pelos donos em um charmoso e moderno
loft. Mais um fracasso, que acabou desvalorizando o apartamento em
relação as outras unidades no mesmo prédio. “Fazer reforma que muda o
desenho original é desvalorização na certa, além de ter uma velocidade
de venda baixíssima”, explica.
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